Moscou concentra cerca de 1/4 do PIB de toda a Rússia. Isso é dinheiro que não acaba mais, concorda? Só por aí já dá para sentir o peso econômico da cidade que reúne o maior número de novíssimos bilionários do mundo.
Está a fim de economizar? Tire já Moscou do roteiro, pois ela é muito cara. Mas é também bem bacana e vibrante!
Uma vida cultural à altura do poderio russo e centenas de ótimas opções de bares e restaurantes que, para felicidade geral de todos, funcionam até o último cliente são alguns dos atrativos dessa metrópole que merece muito mais do que uma única visita.
Se num primeiro momento você achar Moscou estranha, vai sentir saudades quando deixá-la. Acredite!
E aí… Como é que é lá?
- Glacial no inverno. Prefira a primavera, o verão ou, no máximo, o outono.
- A Guerra Fria já acabou, mas o inglês ainda não é um idioma comum. O que fazer nesses casos? Google translator!
- O trânsito é aterrorizante. Se tiver pressa, prefira o metrô.
- Os 10% de gorjeta nos restaurantes são muito bem-vindos.
- Os prédios e monumentos de Moscou ganham vida à noite com a iluminação das fachadas. Até mesmo a pesada arquitetura soviética consegue ficar mais leve com seus fachos de luz. Uma bela sacada!
- Vodca se bebe da seguinte forma: copo pequeno e num gole só! E diga: “Nasdarovia”! É assim que se brinda na Rússia.
Dicas de Moscou, depois me conta como foi…
- Domodedovo (DME na sigla internacional) é o aeroporto principal da cidade. Fica tão longe do centro que parece que você pousou na Sibéria. Sheremetyevo (SVO na sigla internacional) é mais perto. Tente voar para esse segundo, o que nem sempre é possível.
- Se estiver com pouca bagagem prefira o trem expresso de Domodedovo para o centro de Moscou, por 420 rublos, ou 7,5 dólares. A melhor alternativa sobre quatro rodas é o Moscow Taxi, com tarifa fixa a partir de 35 dólares para buscar ou levar. Agende com antecedência.
- Um dia de guia privado é o suficiente para você se entender e conhecer os principais pontos da cidade. Vale a pena!
- A visita ao Kremlin, Praça Vermelha, Catedral de São Basílio (aquela das cúpulas coloridas, na foto que abre esse post) e arredores é obrigatória. Faça o circuito completo e termine no shopping Gum. Esse prédio abrigava uma única loja durante o regime comunista. Hoje, reúne as mais sofisticadas marcas do planeta. Um cappuccino por ali, no Bosco Café, pode custar cerca de 20 euros…
- No térreo do Gum, há dois quiosques muito interessantes. Eles fizeram uma releitura charmosa da forma como picolés e refrescos eram vendidos na antiga União Soviética. Pare para admirar e experimente, claro.
- Nesse mesmo shopping, inventaram um banheiro histórico, onde fazer xixi custa 3 dólares e você desce por uma escadaria com tapete vermelho. Mas calma! Se estiver apertado, existem também banheiros gratuitos por ali. Ufa!
- No Museu do Kremlin, visite a sala das joias e os tesouros como o do imperador Ivan, o Terrível. Diamantes, diamantes e mais diamantes.
- Aliás, conta a lenda, que Ivan era tão terrível que, ao ver pronta a Catedral de São Basílio, em 1561, ficou tão deslumbrado com o resultado que mandou cegar o arquiteto que a projetou — assim, ele não poderia nunca mais construir nada sequer parecido em qualquer outro lugar.
- O metrô de Moscou é tão funcional quanto obrigatório. Algumas estações são monumentais e verdadeiras obras de arte. Os soviéticos capricharam no décor, diziam que aquilo era o palácio do povo. Riqueza subterrânea e vida espartana lá em cima… Pobre povo!
- Alexander Pushkin foi o principal poeta russo e dá o nome ao Museu Pushkin, que reúne a maior coleção de arte europeia de Moscou. Tem Rembrandt, tem Matisse, tem Renoir, etc. Mas é uma pena só ter sinalização das obras em russo…
- Outro museu que vale a pena é a Tretyakov Gallery, com a vasta coleção de arte russa de um milionário da indústria têxtil do final dos anos 1800.
- E já que você está em Moscou, confira a programação do Teatro Bolshoi (tem sempre um lindo balé em cena) e bom espetáculo!
- O Parque Gorki é o Ibirapuera dos moscovitas.
- Visite a Catedral do Cristo Salvador (curiosidade: construída no século 19, ela foi demolida por Stalin, em 1931, e totalmente reconstruída, segundo o templo original, entre 1994 e 2000). De lá, atravesse a pé a ponte Patriarshiy e entre numa área que mais parece Tribeca ou Soho, em Nova York.
- Nessa ilha, fica a antiga fábrica de chocolate Red October. Hoje, funcionam por ali galerias de arte, bares, restaurantes e nightclubs de onde você não vai mais querer sair. Durante o dia, pare para almoçar no Bontempi, um simpático restaurante italiano com um belo terraço e um vistão para você curtir.
- Volte à noite, na mesma ilha, para drinques no Strelka. Jante e embale na night do Gipsy, imperdível. Prefira jantar no terraço ao ar livre, ok?
- Outra grande opção para o jantar é o White Rabbit. Talvez, o restô mais badalado de Moscou hoje.
- O SohoRooms reúne tudo num único lugar, por sinal incrível: vários ambientes, bares, restaurante e disco, lógico. Algumas meninas “de família” dançando sobre as bancadas. Faz parte, isso é Moscou, lembra?
- O restaurante Bolshoi tem boa comida e certa formalidade russa, rapapé para lá e para cá, sommelier, etc e tal. Antes de ir, dá uma caprichada no visual e no penteado para não fazer feio, tá? Fica próximo ao teatro.
- Café Pushkin. Lindo lugar para almoçar. Roupas de época e comida russa excelente. Até o corte do cabelo e o gestual da equipe são de época. Estive lá no mesmo dia que a princesa Caroline de Mônaco. Chique né? Ela estava me seguindo, é claro!
- Uilliams. Nesse restaurante descolado, o brunch aos domingos reúne celebridades russas — e você, é claro!
- A Baccarat abriu seu restaurante e lounge em Moscou junto a sua bela loja de cristais. Um déjà vu para quem conhece a maison de Paris, mas quem sabe…. Tudo by Baccarat, of course. Inclusive os preços.
- Para mais opções gastronômicas, Ginza Project é um grupo de restaurantes que reúne quase todos os melhores da cidade. Você vai acabar parando num deles.
- Tsum. Loja de departamentos russa. Se você quiser encarar o precinho, boas compras! No subsolo, o supermercado suíço Globus, um paraíso encantado como a terra de Alice no País das Maravilhas. Tem uma ótima seleção de vodcas, e, por incrível que pareça, não é o lugar mais caro para se comprar o destilado, em Moscou.
- E já que você está ali no Tsum, ande um quarteirão a mais e pare para almoçar, tomar um drinque ou até jantar no Vasanta. O lugar é lindo.
- Táxi é algo meio complicado na Rússia. Vamos, então, a um pequeno manual de sobrevivência:
- Carros particulares podem parar para te levar a qualquer lugar, a qualquer momento. Isso é normal e seguro. Ah, não se assuste caso o motorista pare no caminho para embarcar mais passageiros. Isso faz parte da cultura local. Em Roma, aja como os romanos, em Moscou, como um moscovita e está tudo combinado assim.
- Uma corrida de táxi dentro do perímetro urbano custa cerca de 500 rublos russos, no máximo, ou 9 dólares. Se o motorista tiver pego outro passageiro indo na mesma direção que a sua, o valor será divido entre as partes.
- Anote já uma dica: PhaetonTaxi. Esse rádio-táxi só atende por chamada telefônica. Os carros são Hyundais novinhos, limpíssimos, bancos de couro, motoristas de terno, água mineral para os passageiros, wifi gratuito a bordo (acredite se quiser) e a corrida que custaria 500 rublos num táxi comum (ou pirata) custa cerca de 300 no Phaeton.
- IceShop, no aeroporto de Domodedovo. Se der tempo e estiver necessitado, deixe para comprar seu caviar por lá, na hora de ir embora.
- Onde ficar? A decoração e as instalações dos hotéis de Moscou são de gosto ligeiramente duvidoso. Bom, quer dizer, será que falo a verdade? São cafonérrimos! Pronto, falei! A melhor opção ainda é o Ararat Park Hyatt, que vem sendo progressivamente reformado com design assinado por Tony Chi.
- Aliás, fiz um vídeo nos bastidores da cozinha do restaurante armênio desse hotel, que você pode conferir a seguir:
-
- O Ritz-Carlton fica próximo do Park Hyatt. Tem um bar muito bacana no terraço do último andar, mas, novamente, erraram na decoração. Bem, esqueça o que tem lá dentro e vá na varanda curtir o visual da Praça Vermelha.
Fuja das roubadas…
-
- Em Moscou, existem batedores de carteira como em qualquer cidade do mundo. Em algumas estações de metrô, é fácil notar a presença de imigrantes de ex-repúblicas soviéticas que ficam sorrateiramente esperando o descuido de um passageiro. Fique alerta.
- O trânsito pode deixá-lo na mão ou ainda fazê-lo perder um voo. Esteja sempre adiantado no horário.