Por ANDRÉ EISLER, da Serra Gaúcha, especial para o Carioca NoMundo
Chegou a hora de curtir o inverno na Serra Gaúcha! Acabo de passar três noites visitando Gramado, Canela e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e vou compartilhar com vocês as minhas dicas de lá.
Mas, primeiro, uma dúvida que muita gente tem. Onde ficar hospedado? Gramado ou Canela?
As cidades ficam a cerca de 8 quilômetros de distância uma da outra. Ou uns 12 minutos de carro. Então, deslocar-se entre elas está longe de ser um problema.
Acabei preferindo ficar em Gramado, no Hotel Estalagem St. Hubertus (confira o post que fiz sobre o lugar aqui) por ser tratar da melhor opção de hospedagem em toda a região.
A partir do hotel, fiz praticamente tudo de Uber e de táxi. Foi extremamente fácil.
DIA 1
Meu ponto de partida, na manhã de sábado, foi a visita ao Lago Negro, que fica a poucos passos do Hotel Estalagem St. Hubertus. Ele é um dos cartões postais de Gramado e sua bela paisagem é um convite a uma caminhada ou a um passeio de pedalinho.
Depois, segui até Canela e visitei a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, mais conhecida como Catedral de Pedra, mas que, na verdade, não é uma catedral.
Por fora, a construção em estilo neogótico destaca-se por sua torre que mede 65 metros de altura. Seu interior também vale a visita, sobretudo pela beleza de seus painéis e vitrais. A igreja possui, ainda, 12 sinos de bronze italiano. É o cartão postal de Canela.
Se tiver a oportunidade, além de visitá-la durante o dia, volte à noite. A Catedral de Pedra possui uma bela iluminação na fachada, implementada em 2010.
Na sequência, visitei as lojinhas do Centro e ao redor da praça. E descobri uma espetacular pâtisserie, a Holic Pâtisserie, da chef Amanda Selbach.
Meu primeiro almoço foi a poucos metros dali, no Empório Canela. Que ambiente delicioso, mais até do que a comida. Mesmo assim, coloque no seu roteiro, principalmente se você gosta de cerveja, pois o cardápio deles é ótimo. E ainda tem uma lojinha charmosa com livraria junto.
Propositalmente, deixei de comer a sobremesa no Empório para experimentar a apfelstrudel do Castelinho Caracol, ainda em Canela.
O imóvel foi construído no início do século 20, entre 1913 e 1915. Hoje, abriga uma casa de chá, uma lojinha e garante servir a melhor apfelstrudel da Serra Gaúcha. Se é a melhor, eu não sei, mas posso garantir que é maravilhosa!
Como a minha prioridade era visitar atrações ao ar livre, de lá, segui para o Parque das Lavandas, em Gramado. O nome oficial do lugar é afrancesado: “Le Jardin — Parque das Lavandas”.
O parque é pequeno, com jardins muito bem cuidados e uma estufa onde é possível comprar plantas. E atende ao que se propõe: apresentar diferentes variedades de lavanda, além de algumas outras flores. A entrada é gratuita.
Fim de tarde e voltei para o hotel, para descansar antes do jantar. Chegando ao Estalagem St. Hubertus, o serviço de chá estava à minha espera. Quem disse que eu resisti? Frio e comida gostosa são dois fatores extremamente perigosos para quem não quer engordar.
No sábado a noite, escolhi o Magnólia, em Canela, para jantar. Acertei em cheio! O restaurante já vale a pena só pelo ambiente! Um casarão da década de 1950, que foi transformado em gastrobar, com uma sala de cinema que só exibe clássicos.
A decoração vintage é um show e a comida estava excelente. Recomendo fortemente fazer reserva, pois o lugar é bem disputado.
DIA 2
No domingo pela manhã, após o delicioso café da manhã no Estalagem St. Hubertus, fui até os Bondinhos Aéreos Parques da Serra, ao lado do Parque do Caracol, em Canela.
Optei por este passeio para poder avistar, do alto de um mirante, a Cascata do Caracol, uma vez que as escadas do Parque do Caracol estavam temporariamente interditadas para reparos. O valor do ingresso é 42 reais (adulto) e 21 reais (crianças e adultos acima de 60 anos).
Programei para visitar, logo em seguida, o Parque da Ferradura, também em Canela. Por sorte, consegui chamar um Uber que topou a corrida. É que o acesso ao Parque da Ferradura não é tão fácil e, por isso, poucos motoristas aceitam ir até lá.
Apesar da estrada de terra não ser das melhores, a paisagem pelo caminho é belíssima. Do alto de um dos mirantes do parque, é possível avistar um cânion de 420m de profundidade, onde o Rio Caí circunda uma montanha, formando o desenho de uma ferradura.
Uma trilha leva até as margens do rio. A caminhada dura cerca de uma hora e só não fiz esse programa porque já tinha um almoço marcado, em Canela. Quando, um dia, eu voltar, quero fazer essa trilha!
Lembrando que existe, ainda, um restaurante simples para almoçar no parque, mas não o experimentei. A entrada do parque custou 12 reais, para curtir a paisagem mais impressionante que encontrei na Serra Gaúcha.
Meu almoço, em Canela, foi em um restaurante muito legal, chamado Container Bistrot. Como o próprio nome sugere, o restaurante foi todo projetado em containers e o espaço tem uma pegada industrial bem interessante. A comida é excelente!
Logo após o almoço, voltei para Gramado e tirei a tarde para passear pelas ruas do Centro da cidade.
O point principal é a Av. Borges de Medeiros, próximo à igreja Matriz São Pedro Apóstolo e ao Palácio dos Festivais, famoso por sediar o maior festival de cinema da América Latina, o Festival de Gramado.
Por ali, você encontra várias lojas de chocolate, dentre elas as tradicionais Lugano e Planalto. Me deliciei em ambas! Para as mulheres, há mais opções de compras, sobretudo sapatos, bolsas e roupas. Caminhei também pela Rua Coberta, que é repleta de bares e restaurantes, mas acabei não ficando por lá.
Para conhecer alguns bares locais, passei pelo Divino, Boreal e pelo Boteco do Bill. De todos, o ambiente mais interessante foi o do Boreal.
No começo da noite de domingo, voltei para o hotel para relaxar na piscina e dormir cedo, pois, no dia seguinte, tinha uma longa jornada pelos vinhedos.
DIA 3
Na segunda-feira pela manhã, às 8h30, saí do hotel para um tour privativo pelo Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, que fica a cerca de duas horas de Gramado.
Contratei a empresa HS Turismo, indicada pelo próprio hotel. Motorista/guia muito simpático e bons serviços. Gostei!
Meu tour de um dia pelo Vale dos Vinhedos começou com uma breve parada no Hotel e Spa do Vinho. O visitante tem que pagar 10 reais para entrar na propriedade.
A ideia da minha breve parada não era fazer nenhum tratamento no spa, mas, sim, aproveitar o melhor ponto para avistar as vinhas da vinícola Miolo. E foi para lá que eu fui em seguida.
Na Miolo, além do tour que mostra todo o processo de fabricação do vinho, o visitante tem o privilégio de degustar quatro variedades de rótulos produzidos pela marca. Foram dois tintos e dois espumantes, que também podem ser adquiridos na loja da própria fábrica.
Após visitar a Miolo, fui em direção ao Roteiro Caminhos de Pedra. Trata-se de uma estrada histórica, em Bento Gonçalves, conhecida por sua excelente oferta gastronômica.
O restaurante que escolhi para almoçar foi o Casa Vanni, em um lindo casarão de madeira construído por um imigrante italiano, em 1935.
O antigo poço da casa ainda pode ser visto no porão e o cenário em torno do imóvel inclui belos jardins. Como entrada, pedi uma sopa de cappeletti e, como prato principal, um risoto de cogumelos. Ambos deliciosos!
Próximo ao restaurante, fica a Casa da Erva Mate. Construída como moinho, em 1884, hoje, abriga uma demonstração do processo de produção artesanal da erva mate.
O preparo e a degustação da erva mate são feitos no porão de uma segunda casa, construída em 1910. Um passeio no tempo!
A segunda vinícola que visitei foi a Vinhos Larentis, também em Bento Gonçalves. Trata-se de uma pequena produção familiar e bem diferente da grandiosa Miolo.
Fiquei surpreso com os vinhos Larentis, sobretudo com o espumante brut, que acabei comprando. A bela paisagem das vinhas é um show à parte!
No fim do dia, de volta a Gramado, saí para o meu jantar de despedida da Serra Gaúcha. Aproveitei o frio do inverno para comer fondue, no restaurante Belle du Valais. O restaurante é bem clássico, com serviço bastante atencioso e comida boa.
No dia seguinte, pela manhã, peguei um transfer privativo (valor: 250 reais) para ir do hotel até o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Embarquei num voo da Azul Linhas Aéreas, sem escalas, até o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Foram três noites deliciosas na Serra Gaúcha e que divido com prazer aqui no blog Carioca NoMundo. Valeu e até a próxima!